Mais uma vez estávamos nós, eu e a Lisiane, a companhia que deixa sempre estes momentos muito mais gostosos. Iniciamos nosso passeio no sábado pela manhã, com pouquíssimas nuvens no céu e um friozinho gostoso para nos acompanhar. Um dia típico de inverno na região de Curitiba. Programamo-nos para sair as 9h00 da manhã, mas como eu sou um “pouco” enrolado, pra não dizer lerdo, saímos um pouco mais tarde. Seguimos até a fazenda Pico Paraná, onde tem início a trilha que leva ao Caratuva. Lá chegando encontramos o Dílson, proprietário da fazenda. Fizemos nosso cadastro e ali ficamos por mais uns 30 minutos conversando. Todos que freqüentam as montanhas da região sabem, é impossível passar pela fazenda sem ter um “dedinho de prosa” com o Dílson, um sujeito simpaticíssimo onde sua receptividade faz o passeio começar ainda melhor. Muito bem! Conversa em dia, algumas fotos da fazenda, abastecidos de água e morrendo de inveja do Rex (cachorro da fazenda - que estava estirado na grama e mal levantava a cabeça quando tentávamos nos despedir dele), começamos a caminhar.
A partir dali a trilha é bem tranqüila. Segue em meio a vegetação rasteira com toda a vista da região, ficando impossível não tirar o olho da trilha para contemplar a volta.
Caminhamos mais um pouquinho até a bifurcação de trilhas. À frente segue rumo ao Pico Paraná ou Itapiroca e à esquerda leva ao Caratuva e seria esta a nossa opção. Tenho que rir nesse momento, pois ao entrar na trilha começamos a descer e logo vem a pergunta: Nós vamos descer mais pra depois subir tudo? (rsrsrs)
A trilha até o final do Caratuva segue em meio a mata, não havendo pontos de observação, mas o cheiro da natureza e beleza de suas formações encantam. Quem fizer este caminho, vá preparado para pegar uma subida “chatinha”. No meio da trilha encontramos um “tiozinho” descendo. Um senhor muito simpático, mostrando que a idade não é desculpa para não conhecer estes lugares. Logo atrás de nós subia um casal, estavam fazendo um bate-volta na montanha e quando chegam próximos ao Sr ele comenta com o rapaz, dando uma risadinha na seqüência: “Eu ganhei alguns quilos subindo essa montanha, mas acho que você vai perder alguns né,...”. Ao passar por nós o rapaz comenta com a namorada: “Será que o tiozinho me chamou de gordo?” As risadas foram inevitáveis.
Um pouquinho mais de caminhada com a Lisiane me perguntando algumas vezes: “já chegou?” (rsrs),... e lá estávamos nós, fora da mata e cercados por caratuvas a poucos metros do ponto mais alto da montanha. A subida é um pouco desgastante, mas a vista impressiona e faz com que o cansaço seja deixado em segundo plano.
Chegamos no alto do Caratuva mais ou menos 3h30 da tarde. Ao pararmos lá em cima, veio a certeza de que havíamos escolhido o lugar certo para passarmos nosso final de semana. É absurdamente lindo. Para onde se olha você contempla belezas ímpares.
Sentamos próximos ao casal que encontramos na subida e ficamos ali, de frente para o Pico Paraná, imponente e lindo onde a medida que o sol vai se pondo, outras montanhas moldam suas sombras sobre ele como se estivessem se curvando e reconhecendo tamanha beleza.
Claro que, quando uma mulher faz essa pergunta a intenção não é de ajudar, mas sim de apressar e tirar sarro. Ainda mais quando a pessoa que está montando a barraca (eu), demora o dobro do tempo analisando onde irá colocá-la. Mas isso faz parte do passeio e são estes detalhes que o tornam sempre mais gostosos.
Com o acampamento montado, seguimos a procura de um bom lugar para curtirmos o pôr do sol. Descrever este momento é muito difícil. É lindo, é mágico, é fantástico, é viciante,... Ficamos nós sentados sobre uma rocha, à beira da montanha, sendo presenteados com um final de dia onde a única coisa que pode ser feita, é fechar os olhos e agradecer a Deus pela disposição que ele nos dá para presenciarmos esses momentos.
Voltamos a dormir e por volta de 6h00 da manhã lá estávamos nós, enfrentando o frio fora da barraca esperando o nascer do sol. Não perderíamos aquele espetáculo por nada, pois é simplesmente perfeito. A nossa volta as montanhas começam a ser desvendadas devagar e cercadas por nuvens branquinhas, como se vestissem cada formação com cuidado a espera do momento especial.
Penso que o sol nasce para todos, mas alguns escolhem observá-lo de um lugar especial,...
A descida foi muito tranqüila, sem nenhum imprevisto. Encontramos algumas pessoas no caminho, alguns subindo, outros voltando de montanhas próximas e todos com o mesmo espírito, a mesma vontade em estar diante de algo lindo, que não nos cobra nada para apreciar apenas nos pede para preservar e respeitar.
Àqueles que desejarem mais informações ou quiserem trocar experiências, fico a disposição através de e-mail. Um ótimo passeio a todos.